Passávamos, por vezes, horas evitando nos olhar nos olhos, constrangidos com essa energia que não controlávamos. Tínhamos medo do que os outros poderiam ver. E ainda assim, nos mantínhamos discretamente atentos aos gestos do outro, que sabia que estava sendo observado e executava cada movimento com calma, em êxtase com aquele carinho telepático.
Por alguns meses, a vida foi uma sucessão de planos detalhe em câmera lenta.