segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

20 DIAS DE PRAIA- Um diário de bordo

Check in, embarque no portão tal, assentos 10 D, E e F, despedida via SMS, duas horas de voo, "Senhoras e senhores, sejam bem vindos a Florianópolis", desembarca, recupera as bagagens... Não há nada de muito novo no trajeto que eu, papai e minha irmã mais nova fazemos todos os anos pra visitar um pedaço da família e pegar uns dias de praia.


SMS 


Para: Mamãe; Namorado
Cheguei numa boa (:



Pega o carro da tia; o rádio e os documentos tão com a prima, faendo prova da faculdade, porque ela morre de medo de deixar essas coisas com essas agências perto do aeroporto que ficam cuidando do carro e coisa e tal.

Para Açores, no sul da ilha.

Confesso que estava viajando na hora da batida, nem vi direito o que aconteceu. Foi forte e rápido, eu senti a dor no pescoço, mas não consegui raciocinar na hora. Juro que quando eu vi a camionete quicando na nossa frente achei que ela tivesse passado por cima do nosso carro. Olhei pra trás e vi um caminhão de todo o tamanho. Entrei em desespero quando vi que o vidro de trás não existia mais. Minha irmã estava chorando. Devia estar tão confusa quanto eu.

Aos poucos, as peças foram se juntando: O trânsito tava lento, o motorista (com cara de novinho) do caminhão atrás da gente deve ter se distraído e bateu no nosso carro, que foi jogado contra a camionete da frente.

Respira fundo. Todo mundo vivo? Ufa. Ninguém se machucou? Melhor. O carro tá esbudegado, nem é nosso e a gente tá sem os documentos. Ah, é, e a menina que está com os documentos tá em prova. Que azar!

Mas os policiais podem rastrear os dados do carro pelo sistema deles, o que é muito simpático, na verdade. E o caminhão era de empresa, com seguro, cobre tudo. Menos mal, né?
Mas a gente ainda vai ficar uns dias sem carro numa casa de praia meio longe até do mercadinho mais próximo (que aliás, é uma droga. Exceto pela prateleira de macarrão instantâneo, que é uma das mais completas que eu já vi). :/

Ocorrência registrada, fomos liberados. Estou com fome. Vamos para casa. Estou com fome. Que tal uma volta na praia? Estou. Com. Fome. OK, depois de almoçar. ESTOU COM FOME! Mas onde a gente vai arranjar almoço as 4h da tarde? ESTOU COM FOOOMEEEEEEEEE! Tá bom, tá bom.

É claro que minha irmã mais nova não vai me deixar comer peixe no meu primeiro dia de praia. Mas acho que hoje é um dia para absolver esses pequenos detalhes do cotidiano familiar. E eu espero continuar pensando assim por mais dezenove dias, mais ou menos.

PRAIA! Vento na cara, areia, sol, filtro solar (eca!), bikini e chapéu, o barulho das ondas... AH, o barulho das ondas!


A verdade é que talvez o pânico de passar três semanas longe dos amigos, do namorado, do gato e dos agitos da minha cidade tenha me feito esquecer que eu adoro praia. Até o sol queimando minha pele um pouco menos suavemente do que o recomendado pelos dermatologistas me parece agradável hoje.


Meu pai e minha irmã correm pra água e eu tenho um tempinho pra refletir, sozinha na areia, se morrer num acidente de carro é assim, rápido... TUM! Você não vê nada, mal sente e pronto, acabou. Assim, sem sofrimento...
Mergulho pra ver se a água gelada trás pensamentos mais fresquinhos.

O dia foi agitado...
Se as férias continuarem assim, acho que vou manter um diário... (:

P.S.: A lua tá linda aí também?