domingo, 25 de novembro de 2012

Um sonho

Os dias sempre foram longos. E agora, de repente, as noites parecem cada vez mais curtas.
O céu escuro das noites violentas me leva a um sono agitado, sem descanso. Há sempre sangue nos sonhos.


Uma figura escura e de rosto claro está deitada ao meu lado na cama, me encarando. É um corpo de aparência gasosa e rosto indefinido, me observando com ternura. Posso sentir um carinho em minha face, como o toque suave de uma mão morninha. A figura misteriosa afasta o lençol e se levanta. Vejo sangue na roupa de cama e me levanto, assustada. Há sangue por todo meu corpo, escorrendo sem pela minha pele, sem que eu consiga achar o ferimento pela qual ele sai. Mas tenho certeza de que o sangue é meu, posso senti-lo escapando de mim... No começo, a sensação é de desespero, mas conforme o sangue escorre, eu me sinto mais tranquila e as paredes brancas ao me redor escurecem.
De repente, não há mais o quarto ao eu redor e eu nem me lembro mais da figura escura. Estou só, num vazio preto, olhando para o sangue que escorre nas minhas mãos. As imagens são cada vez menos nítidas ao meu olhar... e a sensação de paz aumenta...


Ouço meu pai me chamando, é hora de levantar. Me sinto completamente relaxada, porém exausta. Me levanto, acendo a luz, tranco a porta do meu quarto e me deito novamente. A cama nunca me pareceu tão tranquila... Ainda tenho 20 minutos de um sono tranquilo antes do café da manhã.